Este foi, provavelmente, dos clássicos mais decisivos dos últimos anos. Só isso, deu a este jogo uma intensidade tremenda, e uma emoção incapaz de deixar alguém indiferente. Mas, ao contrário do que muito foi dito no final, o jogo propriamente dito não acompanhou no mesmo nível o tal espectáculo todo. Foi um jogo grande, todavia, não foi um grande jogo. De tal forma, que oportunidades de golo, houve só uma: James isolado, atirou ao poste esquerdo de Artur. Os outros lances de perigo, chegaram através de lances de bola parada. Foi uma partida muito batalhada a meio campo, sendo que o Porto abusava na posse de bola, dominando, que encontrava um Benfica 'fechado', até inteligente, que ocupava bem os espaços, não permitindo investidas 'azuis'. O Benfica acabou por morrer na sua ideologia para este jogo. Os 'encarnados' jogaram, descaradamente, para o empate o que acabou por ser fatal. Uma coisa é jogar com cautela, outra, é jogar 'à defesa'. A mentalidade defensiva imperou em demasia, e prova disto é a precoce entrada de Roderick Miranda aos 66 minutos. Certo é que se Kelvin não tivesse feito aquele épico remate cruzado, provavelmente, estaríamos todos a aplaudir a esperteza táctica de Jesus.
Para a história, além do triunfal golo de Kelvin, fica a imagem de Jorge Jesus, de joelhos, impotente e arrasado, perante a toda festa portista, que culminou com Vítor Pereira ensopado em lágrimas. Enquanto uns sofrem, outros celebram. É esta a magia do futebol.