O calendário Maia apontava o dia de anteontem, 21 de Dezembro, como o dia do juízo final. Ora, com o final a aproximar-se, dei por mim a fazer um balanço da minha breve passagem pelo nosso planeta. Aquilo que passei, aquilo que, supostamente, podia ter passado ... enfim, uma reflexão profunda sobre o que tinha ficado nos meus curtos 16 anos de vida. Esta reflexão abrangeu todas as vertentes, e o sector desportivo, mais concretamente futebolístico, posicionou-se em óbvio segundo plano, mas não ficou esquecido. Iniciei assim uma reflexão sobre tudo o que absorvi nos poucos anos que passei a ver apaixonadamente futebol.
O fim do Mundo colocou-me a pensar sobre o melhor e o pior que já vi no Futebol e era precisamente isso que gostaria de partilhar com os meus acarinhados leitores.
Era o inicio da época 2003/04. Tinha eu 7 anos. Foi esta a minha primeira época futebolística A primeira de muitas. Tudo devido a uma oferta que tive, por parte de meu tio. Recebi a Caderneta de Cromos da época 2003/04, e todas semanas ainda era-me patrocinado as respectivas saquetas com as figuras dos craques. Foi esse o clique para apaixonar-me pela bola. Eu e o futebol começamos aí um namoro que perdura até aos dias de hoje, e que, aparentemente, alongar-se-à por muitos mais anos. Com 7 anos, comecei a ver futebol. Imaginem a cara de surpreso do meu pai quando eu começava a desbobinar os nomes dos jogadores todos do Alverca... Tudo por causa da caderneta.
Logo para começar, deslumbrei o Porto de Mourinho a destruir tudo. Vi o Porto ser Campeão Europeu, ainda sem ter a noção que estava a presentear uma página de ouro do desporto português. O mesmo digo em relação ao Euro 2004. Acompanhei de perto, vivi intensamente o Euro 2004. Recordo-me ainda pormenores fantásticos sobre os jogos e de ir festejar para rua após cada vitória. Lembro-me de acompanhar o Portugal X Inglaterra, que talvez seja o melhor jogo que alguma vez tenha visto. Na final, a derrota arrebatou-me, mas não tinha a noção que aquilo era raro, e que principalmente era uma oportunidade única de Portugal coroar-se como "Rei da Europa". Também não tinha noção que a Grécia tinha feito naquela competição os melhores jogos da história do seu futebol...
Outra coisa que marcou-me, principalmente como benfiquista que sou, foi o meu primeiro titulo, a Taça de Portugal conquistada ao FC.Porto. Ao grande FC Porto de Mourinho. Mas, o que me tocou muito mais ainda foi a morte de Miklos Fehér. Lembro-me bem, como fosse hoje, da sua cara pálida de vida aterrada no meio do relvado. Nos dias seguintes lembro-me de colar todos os cromos, imagens e recortes do eterno camisola "29" nos meus cadernos, e de obrigar os meus colegas a entoarem cânticos comigo, em homenagem a Miklós.
Recordo com êxtase o Benfica campeão em 2004/05 com o grande Trapattoni, e aqueles jogos ganhos no último minuto, completamente impróprios para cardíacos. Para mim, e para muitos calculo, foram momentos inesquecíveis. Na época a seguir, recordo a brilhante campanha europeia com Koeman.
Para trás de isso tudo, tenho uma ligeira ideia sobre a passagem do Santa Clara da minha terra pela Primeira Liga, sobre o Mundial de 2002, e sobre a conquista da Taça UEFA por parte do Porto. Porém, sobre tudo isso, apenas tenho uma ideia muito vaga .
Assim sendo, o meu primeiro Mundial foi o de 2006. Aí já via o futebol de forma consistente, embora com pouca maturidade. Acompanhei o percurso brilhante da nossa selecção, vi em directo a épica cabeçada de Zidane, e vi uma grande geração italiana consagrar-se campeã mundial, após uns frenéticos penaltis.
Embora seja muito difícil datar, é provavelmente no pós-Mundial de 2006, mais coisa menos coisa em 2007, que eu começo a pensar e a ver o futebol de forma táctica.
Nesta altura, por cá, não havia grandes surpresas, vivia-se uma forte hegemonia portista. O Porto arrebatava tudo.
Depois vêm o Euro 2008. Foi a primeira conquista de uma das melhores selecções de sempre. Começava o reinado da "Roja". Quanto a Portugal, ficou pelos quartos de final, naquela que iria ser a última competição dos lusos com Scolari ao leme.
Como açoriano que sou, todas as épocas sigo atentamente o percurso do Santa Clara. Porém,, houve uma época especial, uma época em que ia ao estádio praticamente todas as jornadas. Foi a época de 08/09, onde comandados por Vítor Pereira, o Santa Clara só não subiu à primeira, porque foi derrotado no último encontro da Liga de Honra. Tão perto ...
Também nesta época, o Barcelona sagrava-se campeão europeu! Era o primeiro titulo europeu da melhor equipa que já vi jogar e do domínio do arrasador 'tiki-taka' que perdura até aos dias de hoje.
Na época a seguinte, começa a decadência do Sporting. A partir daí foi sempre a descer até chegar à pobreza dos dias de hoje. Mas, a época de 09/10 fica essencialmente marcada pelo melhor Benfica que já deslumbrei. Esta é a primeira temporada de Jorge Jesus de águia ao peito, e os 'encarnados' tornam-se avassaladores, sagram-se campeões, e prometem muito para a próxima época.
Contudo, essas promessas ficaram desfeitas, principalmente porque apareceu um Porto de Villas Boas que dizimou tudo, conquistado tudo aquilo que era possível, incluindo a Liga Europa numa bonita final 100% portuguesa. Não deu hipóteses a ninguém!
No meio dessas duas épocas, ficou o Mundial de 2010. Nesta altura, a minha vida moldava-se em função do Mundial de Futebol. Recordo-me de acordar ás 11h para ver o jogo da manhã, depois almoçava, e recolocava-me pronto para ver o jogo da tarde, ás 14h. Por último, preparava-me para o jogo de fim de tarde, ás 19h. Não perdi um único jogo. No final, sem surpresa, Espanha (que tinha eliminado o Portugal de Carlos Queiroz nos oitavos) sagrou-se campeã mundial,
Villas Boas sairia para o Chelsea pela verba recorde de 15 milhões de euros! Nunca se pagou tanto por um treinador. Para o seu lugar, ascendeu o seu antigo treinador adjunto, Vítor Pereira. Sim, o mesmo que orientava Santa Clara na época que descrevi à pouco. Teve um inicio atribulado, e foi extremamente contestado. Porém, e também por demérito do Benfica e de Jesus, sagrou-se campeão, e garantiu lugar no banco 'azul e branco' para a época seguinte.
Nesta altura começa a discussão sobre o lugar de 3ª grande, com o SC Braga a reivindicar o lugar do Sporting. A verdade é que durante todas essas épocas acima referidas, os bracarenses tiveram uma ascensão e uma evolução estrondosa, merecedora de rótulo de clube 'grande'.
E penso que só falta fazer referência ao Euro 2012. Notável prestação portuguesa que só caiu nos penaltis, nas meias finais, frente à futura vencedora, a inevitável Espanha. Os espanhóis revalidaram o titulo de campeão europeu, e continuaram com a sua inquebrável hegemonia no panorama do futebol de selecções. Apenas mais um destaque. Neste europeu, o "tiki-taka" alterou-se, passando de uma filosofia de jogo cativante e vertiginosa, para um jogo lento e enfadonho.
Em suma, e acrescentado 'pinceladas' mais pessoais, servindo de base para o tradicional discurso que todos os seres mais velhos têm necessidade em pronunciar, sem adivinhar o futuro, poderei dizer:
No meu tempo, havia um conjunto de clubes milionários, que no forçamento para serem grandes, executavam transferências milionárias e cometiam as maiores loucuras para contarem com os melhores nas suas fileiras.
Quando comecei a ver futebol, certa altura tudo se centrava no duelo Barcelona X Real Madrid.
Isto também muito devido ao embate entre dois fenómenos, Ronaldo e Messi, em que se centralizava todo o mundo do futebol.
Regozijo-me por nascer numa altura em pude ver actuar Lionel Messi. Não receio em dizer, que se tivesse conquistado algo pela sua selecção, era incontestavelmente o melhor de sempre.
Regozijo-me por ter acompanhado o momento em que passa a ser normal a selecção portuguesa ir ás fases finais de grandes competições.
Regozijo-me por ter ainda ter acompanhado a melhor geração que o futebol português já vi.
Foram estas as minhas notas soltas. O fim estava a aproximar-se, e conclui que para quem só viveu 16 anos, cheguei a ver excelentes e históricos momentos daquele desporto que me cativou a mim e a tantos outros milhões neste mundo todo. Dou-me por satisfeito.
Já sentia meteoritos a arrasarem o meu quarto, e via a minha cidade inundada de criaturas alienígenas, de tal forma que só houve tempo para realizar mais um exercício, que passo-vos a demonstrar em seguida: o melhor 11 que alguma vez já deslumbrei dentro daquele rectângulo mágico.
Guarda-Redes: Gianluigi Buffon - Homem elástico. As defesas mais impossíveis que vi no futebol foram realizadas por ele. Não havia limites. Além de o ver brilhar consequentemente na sua fiel Juventus, as suas exibições na squadra azzurra ainda pairam na minha memória. Enorme!
Defesas
Paolo Maldini - Um dos maiores ídolos que tenho no futebol. Além das suas inegáveis qualidades técnicas e tácitas destaco a sua fidelidade ao Milan. Falar em AC Milan era falar em Maldini. Recordava-se uma equipa 1985 dos rossoneri, e lá estava Maldini. Analisávamos a formação de 2007 dos 'rubro encarnados', e lá estava ele. Inevitável Maldini. Uma fidelidade extrema e uma eterna juventude apenas ao alcance dos melhores.
Puyol - Embora reconheça que em termos de qualidades técnico/tácitas, jogadores como Canavarro, Vidic, e até mesmo Piqué, são superiores, fascinava-me a raça e dedicação do eterno capitão 'blaugrama'. O seu espírito guerreiro e de liderança são notáveis e cativam-me por completo.
Cafu - Um dos melhores laterais direitos que há memória. Dono e senhor da ala direita, percorria com genica toda a a lateral. Um comboio imparável e intransponível.
Roberto Carlos - Sem dúvida alguma, o melhor lateral esquerdo que alguma vez vi. A defender era um muro, a atacar era uma flecha. Muito Completo, um autentico supersónico por toda a faixa esquerda. As redes temiam pela vida quando viam Roberto Carlos pronto para aplicar o seu potentíssimo remate.
Médios
Xavi - Maestro e comandante de toda a batuta do futebol do grande Barça. Tudo passava por ele. Pés de oiro. O melhor jogador espanhol dos últimos 50 anos.
Zidane - Incontestavelmente, um dos melhores de sempre. Um jogador com uma classe um talento superior. Duas vezes considerado o melhor do mundo, era o motor de qualquer equipa em que jogasse. Com a bola nos pés protagonizou lances maravilhosos e alguns dos momentos mais épicos de sempre. Um puro génio do futebol.
Ronaldinho - Dos jogadores mais talentosos de todos os tempos. Um malabarista que fazia aquilo que queria com a bola. A redondinha era um autêntico brinquedo. Fintas memoráveis, dribles inesquecíveis e uma técnica capaz de rebentar com a escala, faziam parte do BI daquele que foi considerado por duas vezes consecutivas o melhor jogador do mundo.
Avançados
Messi - Todos os dias agradeço por nascer numa altura em que possa ver esse extraterrestre em acção. Um puro génio, com um talento enorme, capaz de fazer as melhores coisas com as bolas nos pés. Deslumbra qualquer um. Ainda precoce, mas seu nome já consta no Olimpo do Futebol.
Cristiano Ronaldo - Se tivesse nascido noutra altura, era indubitavelmente o melhor. Um dos jogadores mais completos da história, e um dos melhores portugueses de sempre. Uma autêntica máquina!
Ronaldo - Um fenómeno A sua missão era simples: marcar golos. E fazia isso melhor do que ninguém, de qualquer forma ou feitio, mesmo que para isso tivesse que driblar meia equipa. Imparável!
Como devem ter percebido, o sentido táctico ficou colocado em segundo plano a quando da elaboração deste onze. Foi a única forma que encontrei para encaixar todos esses grandes nomes.
Outros grandes nomes podiam estar naquele onze de luxo, como o meu primeiro grande ídolo, Rui Costa, a minha principal referencia, Pedro Pauleta, ou até mesmo nomes como Kahn, Bartez, Canavarro, Iniesta., entre muitos outros. Mas, a beleza do futebol também é isto: a dificuldade em escolher entre um leque tão variado e com tanta qualidade como foi o caso, e diversificação nas opiniões.
Bem, e quando pensava eu que iria ser tomado por seres raros, ou arrasado por um corpo vindo de outra galáxia, eis que dou por mim em total uso das minhas posses, a escrever para os meus leitores, sobre aquilo que mais me fascina, o futebol. Parece que ainda vão ter de suportar durante mais alguns anos. Afinal, ainda tenho muitos anos de futebol pela frente.
O fim do Mundo colocou-me a pensar sobre o melhor e o pior que já vi no Futebol e era precisamente isso que gostaria de partilhar com os meus acarinhados leitores.
Era o inicio da época 2003/04. Tinha eu 7 anos. Foi esta a minha primeira época futebolística A primeira de muitas. Tudo devido a uma oferta que tive, por parte de meu tio. Recebi a Caderneta de Cromos da época 2003/04, e todas semanas ainda era-me patrocinado as respectivas saquetas com as figuras dos craques. Foi esse o clique para apaixonar-me pela bola. Eu e o futebol começamos aí um namoro que perdura até aos dias de hoje, e que, aparentemente, alongar-se-à por muitos mais anos. Com 7 anos, comecei a ver futebol. Imaginem a cara de surpreso do meu pai quando eu começava a desbobinar os nomes dos jogadores todos do Alverca... Tudo por causa da caderneta.
Logo para começar, deslumbrei o Porto de Mourinho a destruir tudo. Vi o Porto ser Campeão Europeu, ainda sem ter a noção que estava a presentear uma página de ouro do desporto português. O mesmo digo em relação ao Euro 2004. Acompanhei de perto, vivi intensamente o Euro 2004. Recordo-me ainda pormenores fantásticos sobre os jogos e de ir festejar para rua após cada vitória. Lembro-me de acompanhar o Portugal X Inglaterra, que talvez seja o melhor jogo que alguma vez tenha visto. Na final, a derrota arrebatou-me, mas não tinha a noção que aquilo era raro, e que principalmente era uma oportunidade única de Portugal coroar-se como "Rei da Europa". Também não tinha noção que a Grécia tinha feito naquela competição os melhores jogos da história do seu futebol...
Outra coisa que marcou-me, principalmente como benfiquista que sou, foi o meu primeiro titulo, a Taça de Portugal conquistada ao FC.Porto. Ao grande FC Porto de Mourinho. Mas, o que me tocou muito mais ainda foi a morte de Miklos Fehér. Lembro-me bem, como fosse hoje, da sua cara pálida de vida aterrada no meio do relvado. Nos dias seguintes lembro-me de colar todos os cromos, imagens e recortes do eterno camisola "29" nos meus cadernos, e de obrigar os meus colegas a entoarem cânticos comigo, em homenagem a Miklós.
Recordo com êxtase o Benfica campeão em 2004/05 com o grande Trapattoni, e aqueles jogos ganhos no último minuto, completamente impróprios para cardíacos. Para mim, e para muitos calculo, foram momentos inesquecíveis. Na época a seguir, recordo a brilhante campanha europeia com Koeman.
Para trás de isso tudo, tenho uma ligeira ideia sobre a passagem do Santa Clara da minha terra pela Primeira Liga, sobre o Mundial de 2002, e sobre a conquista da Taça UEFA por parte do Porto. Porém, sobre tudo isso, apenas tenho uma ideia muito vaga .
Assim sendo, o meu primeiro Mundial foi o de 2006. Aí já via o futebol de forma consistente, embora com pouca maturidade. Acompanhei o percurso brilhante da nossa selecção, vi em directo a épica cabeçada de Zidane, e vi uma grande geração italiana consagrar-se campeã mundial, após uns frenéticos penaltis.
Embora seja muito difícil datar, é provavelmente no pós-Mundial de 2006, mais coisa menos coisa em 2007, que eu começo a pensar e a ver o futebol de forma táctica.
Nesta altura, por cá, não havia grandes surpresas, vivia-se uma forte hegemonia portista. O Porto arrebatava tudo.
Depois vêm o Euro 2008. Foi a primeira conquista de uma das melhores selecções de sempre. Começava o reinado da "Roja". Quanto a Portugal, ficou pelos quartos de final, naquela que iria ser a última competição dos lusos com Scolari ao leme.
Como açoriano que sou, todas as épocas sigo atentamente o percurso do Santa Clara. Porém,, houve uma época especial, uma época em que ia ao estádio praticamente todas as jornadas. Foi a época de 08/09, onde comandados por Vítor Pereira, o Santa Clara só não subiu à primeira, porque foi derrotado no último encontro da Liga de Honra. Tão perto ...
Também nesta época, o Barcelona sagrava-se campeão europeu! Era o primeiro titulo europeu da melhor equipa que já vi jogar e do domínio do arrasador 'tiki-taka' que perdura até aos dias de hoje.
Na época a seguinte, começa a decadência do Sporting. A partir daí foi sempre a descer até chegar à pobreza dos dias de hoje. Mas, a época de 09/10 fica essencialmente marcada pelo melhor Benfica que já deslumbrei. Esta é a primeira temporada de Jorge Jesus de águia ao peito, e os 'encarnados' tornam-se avassaladores, sagram-se campeões, e prometem muito para a próxima época.
Contudo, essas promessas ficaram desfeitas, principalmente porque apareceu um Porto de Villas Boas que dizimou tudo, conquistado tudo aquilo que era possível, incluindo a Liga Europa numa bonita final 100% portuguesa. Não deu hipóteses a ninguém!
No meio dessas duas épocas, ficou o Mundial de 2010. Nesta altura, a minha vida moldava-se em função do Mundial de Futebol. Recordo-me de acordar ás 11h para ver o jogo da manhã, depois almoçava, e recolocava-me pronto para ver o jogo da tarde, ás 14h. Por último, preparava-me para o jogo de fim de tarde, ás 19h. Não perdi um único jogo. No final, sem surpresa, Espanha (que tinha eliminado o Portugal de Carlos Queiroz nos oitavos) sagrou-se campeã mundial,
Villas Boas sairia para o Chelsea pela verba recorde de 15 milhões de euros! Nunca se pagou tanto por um treinador. Para o seu lugar, ascendeu o seu antigo treinador adjunto, Vítor Pereira. Sim, o mesmo que orientava Santa Clara na época que descrevi à pouco. Teve um inicio atribulado, e foi extremamente contestado. Porém, e também por demérito do Benfica e de Jesus, sagrou-se campeão, e garantiu lugar no banco 'azul e branco' para a época seguinte.
Nesta altura começa a discussão sobre o lugar de 3ª grande, com o SC Braga a reivindicar o lugar do Sporting. A verdade é que durante todas essas épocas acima referidas, os bracarenses tiveram uma ascensão e uma evolução estrondosa, merecedora de rótulo de clube 'grande'.
E penso que só falta fazer referência ao Euro 2012. Notável prestação portuguesa que só caiu nos penaltis, nas meias finais, frente à futura vencedora, a inevitável Espanha. Os espanhóis revalidaram o titulo de campeão europeu, e continuaram com a sua inquebrável hegemonia no panorama do futebol de selecções. Apenas mais um destaque. Neste europeu, o "tiki-taka" alterou-se, passando de uma filosofia de jogo cativante e vertiginosa, para um jogo lento e enfadonho.
Em suma, e acrescentado 'pinceladas' mais pessoais, servindo de base para o tradicional discurso que todos os seres mais velhos têm necessidade em pronunciar, sem adivinhar o futuro, poderei dizer:
No meu tempo, havia um conjunto de clubes milionários, que no forçamento para serem grandes, executavam transferências milionárias e cometiam as maiores loucuras para contarem com os melhores nas suas fileiras.
Quando comecei a ver futebol, certa altura tudo se centrava no duelo Barcelona X Real Madrid.
Isto também muito devido ao embate entre dois fenómenos, Ronaldo e Messi, em que se centralizava todo o mundo do futebol.
Regozijo-me por nascer numa altura em pude ver actuar Lionel Messi. Não receio em dizer, que se tivesse conquistado algo pela sua selecção, era incontestavelmente o melhor de sempre.
Regozijo-me por ter acompanhado o momento em que passa a ser normal a selecção portuguesa ir ás fases finais de grandes competições.
Regozijo-me por ter ainda ter acompanhado a melhor geração que o futebol português já vi.
Foram estas as minhas notas soltas. O fim estava a aproximar-se, e conclui que para quem só viveu 16 anos, cheguei a ver excelentes e históricos momentos daquele desporto que me cativou a mim e a tantos outros milhões neste mundo todo. Dou-me por satisfeito.
Já sentia meteoritos a arrasarem o meu quarto, e via a minha cidade inundada de criaturas alienígenas, de tal forma que só houve tempo para realizar mais um exercício, que passo-vos a demonstrar em seguida: o melhor 11 que alguma vez já deslumbrei dentro daquele rectângulo mágico.
Guarda-Redes: Gianluigi Buffon - Homem elástico. As defesas mais impossíveis que vi no futebol foram realizadas por ele. Não havia limites. Além de o ver brilhar consequentemente na sua fiel Juventus, as suas exibições na squadra azzurra ainda pairam na minha memória. Enorme!
Defesas
Paolo Maldini - Um dos maiores ídolos que tenho no futebol. Além das suas inegáveis qualidades técnicas e tácitas destaco a sua fidelidade ao Milan. Falar em AC Milan era falar em Maldini. Recordava-se uma equipa 1985 dos rossoneri, e lá estava Maldini. Analisávamos a formação de 2007 dos 'rubro encarnados', e lá estava ele. Inevitável Maldini. Uma fidelidade extrema e uma eterna juventude apenas ao alcance dos melhores.
Puyol - Embora reconheça que em termos de qualidades técnico/tácitas, jogadores como Canavarro, Vidic, e até mesmo Piqué, são superiores, fascinava-me a raça e dedicação do eterno capitão 'blaugrama'. O seu espírito guerreiro e de liderança são notáveis e cativam-me por completo.
Cafu - Um dos melhores laterais direitos que há memória. Dono e senhor da ala direita, percorria com genica toda a a lateral. Um comboio imparável e intransponível.
Roberto Carlos - Sem dúvida alguma, o melhor lateral esquerdo que alguma vez vi. A defender era um muro, a atacar era uma flecha. Muito Completo, um autentico supersónico por toda a faixa esquerda. As redes temiam pela vida quando viam Roberto Carlos pronto para aplicar o seu potentíssimo remate.
Médios
Xavi - Maestro e comandante de toda a batuta do futebol do grande Barça. Tudo passava por ele. Pés de oiro. O melhor jogador espanhol dos últimos 50 anos.
Zidane - Incontestavelmente, um dos melhores de sempre. Um jogador com uma classe um talento superior. Duas vezes considerado o melhor do mundo, era o motor de qualquer equipa em que jogasse. Com a bola nos pés protagonizou lances maravilhosos e alguns dos momentos mais épicos de sempre. Um puro génio do futebol.
Ronaldinho - Dos jogadores mais talentosos de todos os tempos. Um malabarista que fazia aquilo que queria com a bola. A redondinha era um autêntico brinquedo. Fintas memoráveis, dribles inesquecíveis e uma técnica capaz de rebentar com a escala, faziam parte do BI daquele que foi considerado por duas vezes consecutivas o melhor jogador do mundo.
Avançados
Messi - Todos os dias agradeço por nascer numa altura em que possa ver esse extraterrestre em acção. Um puro génio, com um talento enorme, capaz de fazer as melhores coisas com as bolas nos pés. Deslumbra qualquer um. Ainda precoce, mas seu nome já consta no Olimpo do Futebol.
Cristiano Ronaldo - Se tivesse nascido noutra altura, era indubitavelmente o melhor. Um dos jogadores mais completos da história, e um dos melhores portugueses de sempre. Uma autêntica máquina!
Ronaldo - Um fenómeno A sua missão era simples: marcar golos. E fazia isso melhor do que ninguém, de qualquer forma ou feitio, mesmo que para isso tivesse que driblar meia equipa. Imparável!
Como devem ter percebido, o sentido táctico ficou colocado em segundo plano a quando da elaboração deste onze. Foi a única forma que encontrei para encaixar todos esses grandes nomes.
Outros grandes nomes podiam estar naquele onze de luxo, como o meu primeiro grande ídolo, Rui Costa, a minha principal referencia, Pedro Pauleta, ou até mesmo nomes como Kahn, Bartez, Canavarro, Iniesta., entre muitos outros. Mas, a beleza do futebol também é isto: a dificuldade em escolher entre um leque tão variado e com tanta qualidade como foi o caso, e diversificação nas opiniões.
Bem, e quando pensava eu que iria ser tomado por seres raros, ou arrasado por um corpo vindo de outra galáxia, eis que dou por mim em total uso das minhas posses, a escrever para os meus leitores, sobre aquilo que mais me fascina, o futebol. Parece que ainda vão ter de suportar durante mais alguns anos. Afinal, ainda tenho muitos anos de futebol pela frente.
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