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domingo, 10 de junho de 2012

Entrevista Exclusiva: Tengarrinha, do Vitória de Setúbal



Mais um entrevistado de luxo no Contra-Ataque. Depois de Ludovic e de Maykon, chegou a vez de Bernardo Tengarrinha. O nome Tengarrinha não é nada estranho aqueles que vêm o futebol de forma mais atenta, pois foi em tempos um dos nomes mais promissores da cantera portista. Nos escalões de formação representou o Benfica e o F.C.Porto, sendo que foi nos "azuis e brancos" que chegou a sénior. Em sénior, além de ter envergado as cores do dragão, esteve emprestado ao Estrela da Amadora (precisamente na época onde se deu aquela catástrofe no clube da estrela), ao Olhanense e ao Santa Clara dos Açores, onde diz que lhe tudo correu mal. Também esteve emprestado ao Vitória de Setúbal, clube onde está actualmente, mas já a titulo definitivo. Para quem não conhece, Tengarrinha tem 23 anos, é defesa central de raiz, mas ultimamente tem desempenhado as funções de médio defensivo. É um jogador muitíssimo completo, forte no capitulo defensivo, mas forte no passe e na transição. Tem uma técnica bastante significativa e uma qualidade de passe bastante aceitável.

1- O que o levou a escolher o futebol ?
Quando era mais novo, sempre que podia ia para a rua jogar à bola com o meus amigos e depois surgiu a oportunidade de ir jogar para o Odivelas. Como correu bem a partir dessa altura foi sempre a minha primeira escolha.

 2- Nos escalões de formação o clube que mais representou foi o Benfica. Porém, acabou a formação no rival Porto. Como se sucedeu esta mudança e porque o fez ?
Saí do Benfica devido a um contrato que me queriam oferecer e não aceitei. Depois apareceu o Porto interessado em mim e não pensei duas vezes, porque naquela altura o Porto era um clube muito mais organizado e sabia que ia ter uma grande formação.

3- Quais as principais diferenças na formação entre o Benfica e o Porto?
As diferenças eram muitas. No Porto tínhamos sempre muito acompanhamento, as condições eram fantásticas para quem era de longe como eu. Além disto vivíamos todos numa casa e éramos muito bem tratados. Por isso tudo, e por muito mais, foi uma grande escola.

4- Como foi chegar à equipa principal do Porto ?
Apesar de nunca me ter passado pela cabeça vestir a camisola do Porto, chegar à equipa principal foi um sonho, apesar de não ter tido quase oportunidades nenhumas para jogar. Mas, poder aprender com Lucho, Lisandro, Bruno Alves, Raul Meireles, Pedro Emanuel, entre outros, foi realmente um grande privilegio.

5- A sua primeira experiência como sénior foi na época de 2008/09, no Estrela da Amador por empréstimo do Porto. Foi nesta época que deu-se a grande crise financeira no Estrela, que acabou com a descida de divisão apesar do 11º lugar. Como caracteriza esta temporada?  
Para mim essa época tinha sido um sonho. Começar no Porto e depois ter a oportunidade de me estrear logo na primeira divisão foi fantástico. Tive a sorte de quando fui para o Estrela não senti a crise porque era o Porto que me pagava o ordenado. Mas ver colegas meus a passar grandes dificuldades foi uma grande aprendizagem. Quanto ao resto, fizemos um grande campeonato e chegamos às meias finais da Taça de Portugal. Porém, o Estrela não tinha condições para ficar na primeira liga. Com esta situação, ficamos todos muito tristes, pois o Estrela da Amadora era um grande clube.

6- No balneário do Estrela da Amadora, como era sentida a crise e como reagiram depois sabendo da descida ?  
Na altura em que cheguei já havia muitos problemas. Problemas esses que foram piorando e chegou a uma altura em que sabíamos que não havia nenhuma solução a não ser o clube fechar portas. Apesar disso tudo, houve sempre uma grande união e um grande ambiente no balneário.

7- Depois desta atribulada época, seguiu-se a temporada onde você mais jogou, no Olhanense. Como define esta temporada?  
Essa foi a época que me deu mais gozo jogar. Primeiro porque era uma equipa muito jovem que ia para qualquer jogo com a ambição de ganhar. Depois, porque também tínhamos um grande ambiente entre jogadores e treinadores e também com a direcção. O Olhanense é um clube muito humilde, onde toda a gente se dá bem. É fantástico lá jogar.

8- Segui-se uma aventura no Santa Clara. Ainda assim, foi pouco utilizado e acabou por sair a meio da época. O que correu mal nos Açores ?  
Nos Açores tudo correu mal. Não me adaptei bem, o grupo não era o melhor, e havia alguns jogadores que minavam tudo e os treinadores foram um bocado nas cantigas deles. Eu acabei por ser prejudicado. Além disso também não era um sitio que me agradava viver, portanto queria era sair de lá o mais rapidamente possível.

9- Já está no Vitória de Setúbal há duas temporadas. Que balanço faz destas duas épocas ? 
 Foram duas épocas muito difíceis, mas onde temos conseguido sempre alcançar o principal objectivo: a manutenção. Mais uma vez tive a sorte de apanhar uma equipa com um grande ambiente.

10- Quando assinou pelos sadinos, estava à espera de jogar mais? 
 Sim, esperava ter jogado mais. Tanto com Manuel Fernandes como com o Bruno Ribeiro. Com ambos não joguei muito. Porém, com José Mota fiz mais jogos do que fiz com os outros treinadores juntos.

11- Actualmente já não tem nenhuma relação contratual com o Porto. A sua maior tristeza é que as coisas não tenham dado certo nos dragões ?  
Não sinto nenhuma tristeza, até porque as coisas não correram mal. Não são muitos os jovens que têm a sorte de sair dos juniores directamente para a equipa principal.

12- Na próxima época vai continuar no Vitória? Existe interessados? 
Tenho mais um ano de contrato portanto o mais certo é continuar em Setúbal. Há alguns interessados mas não existe nada em concreto portanto estou preparado para fazer mais uma época pelo Vitória.

13- Quais são os seus objectivos para a próxima temporada?  
 Individualmente quero jogar mais e melhor. Colectivamente quero que a equipa tenha um ano mais tranquilo ou seja alcançar a manutenção o mais rápido possível.

14- Acredita que num futuro próximo possa vir representar um grande ? 
 Para isso acontecer tenho que evoluir muito mas acredito que um dia possa ter essa oportunidade. Mas, não vivo obcecado com isso.

15- Qual foi o momento mais feliz e o mais triste da sua carreira até agora ? 
Tengarrinha O momento mais triste foi quando ainda jogava na formação do Porto e tive uma lesão grave no joelho. Tive 9 meses sem poder jogar. O momento mais feliz talvez tenha sido a minha estreia na primeira liga pelo Estrela da Amadora contra o ...Vitória de Setúbal.

16- Qual foi o avançado mais complicado que enfrentou até hoje ? 
Já tive alguns muito complicados de marcar. Mas se tivesse de escolher os mais difíceis, escolheria o Falcão e o Liedson.

17- Actualmente qual é a sua referência na sua posição ? E quem era o seu ídolo de criança ? 
Actualmente, a minha referência é o Xabi Alonso. Quando era criança tinha  o Rui Costa como ídolo.

18- Para si qual o melhor onze de sempre do futebol mundial? 
Na baliza: Michel preud'homme; Roberto Carlos, Maldini,Nesta, Zanetti na defesa;  Redondo, Makelele, Zidane formando o trio no meio campo;  Messi, Cristiano Ronaldo e Ronaldo(Fenómeno) na frente de ataque.

19- O que gosta mais de fazer nos seus tempo livres ? 
Gosto de ir à praia , estar com os meus amigos e passear com a minha mulher e com a minha filha.

Muito Obrigado por ter aceite a entrevista e Boa Sorte para si e para o Vitória de Setúbal.


    7 comentários:

    João disse...

    Grande entrevista, sim senhor!

    Abraços e continuação do bom trabalho.

    Anton Marti disse...

    Eu sou espanhol e não sei quem é esse cara, mas agora eu li a entrevista estará ciente de seu progresso, cumprimentos +1

    Ruben Silva disse...

    Boa entrevista Rui. Continua com o bom trabalho.

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    Cumps.

    Ruben Silva disse...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    Patryck Leal disse...

    Grande entrevista, e assim como o Mollete86, eu não conhecia este jogador, mas foi bom conhecê-lo.

    Bom trabalho e continue assim!


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    João Pereira disse...

    Grande entrevista, pena ele não ter gostado da tua terra! Tambéma chei interessante ele ter achado o Liedson e o Falcão difíceis de marcar. Continua assim com estes exclusivos.

    Anónimo disse...

    GRANDE ENTREVISTA AO NIVEL DOS MELHORES! PARABÉNS!

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